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Lideranças de Serrinha promovem encontro de apoio à candidatura de Vilma Reis para Deputada Federal

Serrinha, no Território do Sisal, foi o lugar de encontros e reencontros potentes no sábado, 27 de agosto, nas voltas que a candidata a Deputada Federal pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Vilma Reis, tem feito pelo interior da Bahia. Companheiras e companheiros de cooperação, há 15 anos, recepcionaram a candidata, reforçando suas energias para o desafio de dar continuidade à luta por direitos no legislativo federal.

“Vilma nos representa. Vilma é um projeto coletivo. Estamos preparadas para assumir qualquer órgão, de qualquer área”, declarou Creusa Juriti, importante liderança do movimento negro e de mulheres negras, co-fundadora do Instituto Casa da Cidadania e do Coletivo Mulheres Dandara do Sisal.




Também militante do movimento negro do município, Moacir Ramos da Silva reforçou a fala de Juriti, dizendo que, para além do debate racial, Vilma transita em todas as áreas que afetam a existência de mais da metade das brasileiras/os, a população negra.


“Não precisamos ser tutelados por ninguém. Nós nos representamos. Precisamos ocupar os espaços e Vilma está preparada para mais essa missão”, afirmou Moacir, que é sociólogo, concluiu o curso de Gestão Ambiental aos 74 anos, foi chefe da Divisão de Administração da Fundação Nacional da Saúde (FNS), na Bahia, e gestor do Posto de Saúde Mãe Hilda Jitolu, no bairro do Curuzu em Salvador.




Para Luizinho Sena, ex-secretário de Desenvolvimento Social de Serrinha, forte liderança do movimento negro local e co-fundador do Instituto Casa da Cidadania, “quem é negro sabe que tem que assumir sua responsabilidade em qualquer espaço”. Luizinho embargou a voz, lembrando a trajetória de parceria com Vilma ao longo dos últimos 15 anos, no enfrentamento do racismo, das desigualdades, e pela garantia dos direitos da população negra.


“Vilma candidata é tudo que a gente quer e precisa. Toda movimentação de Vilma em todos os espaços onde ela atua sempre nos transmite a mensagem ‘você pode’. Agora é a nossa vez de dizer a ela: ‘você pode e nós queremos sua vitória’”, declarou Sena.

“Nesse momento especial que estamos vivendo aqui, agora, a gente lembra o caminho percorrido até a apresentação da nossa candidatura”, afirmou Vilma Reis, que é socióloga, feminista, liderança pelos direitos humanos há mais de 30 anos. Ela disse que as lições aprendidas no enfrentamento ao racismo e na luta por direitos reforça o entendimento da necessidade de pessoas como ela ocuparem todos os espaços de poder e de decisão. “Minha vó nasceu num engenho, em 1º de janeiro de 1911, fazia farinha, pescava de jereré. Ela dizia que suas netas não repetiriam a vida de sacrifícios que ela viveu. Ainda em Nazaré das Farinhas, minha vó falava, ‘vocês vão pra Bahia ser doutoras’”.


Pautas importantes - “Racismo mata, LGBTQlfobia mata, ódio de classe e machismo matam”, declarou Vilma, destacando pautas que defende e que são essenciais à existência da população negra no Brasil. Nesse contexto, a candidata contou um episódio de racismo vivido por uma senhora negra, que a dilacerou psicologicamente e impactou as participantes, entre as quais ela própria, num encontro em Conceição do Coité, anos atrás. A mulher relatou que, em uma loja daquela cidade, foi acintosamente encostada na parede e fotografada de corpo inteiro, sob o argumento do lojista de que o fazia ‘por não saber se ela retornaria para pagar as prestações de um armário que havia comprado’. “Somos julgadas assim, violentamente, o tempo todo”, declarou Vilma.


Para Ailma Souza, liderança quilombola de Lamarão, a candidatura de Vilma Reis é uma candidatura de sobrevivência. “Quando a gente vive em um lugar em que os nossos podem estar morrendo enquanto a gente dialoga, significa que a gente tem que atender ao chamado”, completou. Sobre a realidade local, além da violência, Vilma Reis destacou a força da produção rural da agricultura familiar e falou da necessidade de mudar a concepção da polícia na região. Ela disse que é preciso implementar políticas de enfrentamento ao racismo e de promoção da igualdade, para o fortalecimento das mulheres e das juventudes negras.


Vilma Reis comentou a migração masculina em busca de trabalhos como o corte de cana em São Paulo, um fenômeno decorrente da escassez de emprego e renda na região. “Negro lá sofre, a gente sofre, negro sofre. É o tempo todo questionando a gente, a nossa religião. É horrível”, declarou João Ribeiro Bispo, jovem liderança de Lamarão, que já viveu essa experiência. As circunstâncias acabam por ocasionar o surgimento das ‘viúvas de maridos vivos’, assim chamadas por serem, na falta dos companheiros, obrigadas a assumir sozinhas as responsabilidades da família e dos filhos. Sobre isso, Juriti denunciou uma recente investida da gestão municipal, que recrutou munícipes para ocupações em condições inadequadas no estado de Santa Catarina, alegando estar adotando uma suposta ação de empregabilidade. “Isso tem que ser denunciado, sim”, afirmou Vilma Reis.


Comunidades quilombolas - “Vivemos o sonho de ver as comunidades quilombolas se levantarem”, declarou a candidata, afirmando que os mandatos do deputado federal Luiz Alberto marcaram uma época inédita para as comunidades quilombolas. “Pela primeira vez, os Quilombos viram chegar trator na comunidade, viram a instalação de Centros de Referência em Assistência Social, os CRAS, e das escolas quilombolas”, disse. Vilma Reis afirmou que a pauta racial e de garantia de direitos para a população negra foi elevada ao patamar de importância que requer nas gestões de Luiz Alberto e da saudosa ministra Luiza Bairros à frente da Secretaria de Promoção da Igualdade da Bahia (Sepromi). “Sim, Luiza, que foi nossa grande professora de estratégia política. É por isso que precisamos reconduzir a nossa pauta ao congresso”, completou.





A candidata continuou a explicar a importância de eleger deputadas/os comprometidas/os com pautas raciais, para além de um presidente e um governador sensíveis às questões que afetam a população negra. “Outros parlamentares não conseguem entender o que estamos falando”, disse.

“Se não tivermos as/os nossas/os deputas/os no Congresso para fazer as negociações pelas nossas pautas, ficamos por conta dos que não nos enxergam”, afirmou. “O povo da periferia de Serrinha sabe qual foi a mudança que aconteceu nos governos do PT” aqui, lembrou, afirmando que as eleições deste ano são preparatórias para as de 2024. “Queremos mudar a fotografia da política nas cidades do Sisal”, completou.

A militante do movimento negro do município, Ivoneide Bispo, fez um relato em que declarou ser fruto justamente das políticas direcionadas à população negra na gestão do petista Osni Cardoso, quando se incorporou ao Instituto Casa da Cidadania e ao Coletivo Mulheres Dandara do Sisal. “De lá pra cá foi só conhecimento, consciência negra, combate à violência contra as mulheres. Entrei pra Rede de Mulheres Negras da Bahia e Vilma tá desde o início, ocupando os espaços, fortalecendo a militância”, declarou.


Vilma Reis trouxe Luiza Bairros mais uma vez, para lembrar a importância de se implementar políticas de promoção da igualdade e de combate ao racismo. À época, à frente da Sepromi, ela respondeu a uma mulher que a questionou sobre a necessidade de segmentar políticas para um determinado grupo, dizendo que se a política pública conseguisse alcançar somente a população negra, seria a política mais bem-sucedida do país, pois teria atingido mais de 80% das brasileiras/os.


Políticas Públicas - “É preciso, sim, implementar políticas de inclusão, de enfrentamento ao capacitismo; políticas de creche, que liberam a mãe para o trabalho, garantem as cinco refeições para a criança, a assistência pedagógica, a atenção à criança em situação de abuso, contribuindo para a redução de danos; a atenção à infância; o incentivo ao protagonismo juvenil; o fortalecimento da mulher negra; de inclusão das comunidades quilombolas”, explicou, incluindo também a atenção a públicos específicos como os albinos, aos quais chamou de “escolhidos". A alusão às pessoas com albinismo contemplou os anseios de Maria das Graças Anunciação, 54 anos, atuante pela causa no município. “Infelizmente, o estado abandona vários públicos vulneráveis como as crianças com deficiência”, afirmou Vilma Reis.


A candidata destacou realizações da Secretaria de Desenvolvimento Social e do Instituto Casa da Cidadania, sob a coordenação de Luizinho Sena durante a gestão petista em Serrinha. “Vocês são líderes. Pra fazer os trabalhos que vocês fizeram aqui, tem que ser líder”, disse. “Os terreiros de candomblé só tiveram visibilidade e atenção quando vocês estavam na gestão pública. Só se emigra pra Salvador por falta de políticas públicas no município. E vocês provaram que é possível cuidar de todas as pessoas, principalmente as que têm necessidades específicas”, completou.


“Sou fruto da atuação da Sedes em 2003, único período em que as periferias foram humanizadas”, declarou Nilcley Santos Rocha, liderança do movimento “Fala com jovem", capoeirista, professor e design. “Sou um jovem que bota fé em candidaturas como a de Vilma Reis, que é a nossa cara”, afirmou ainda o jovem, que é formando do curso de História na Universidade do Estado da Bahia (Uneb). Nilcley falou também sobre a dificuldade de se articular pelos direitos das comunidades, porque “o racismo impede a autonomia, a articulação dos movimentos sociais”.


Outro depoimento igualmente marcante foi o de Patrícia Souza Cerqueira.


“Cresci no meio de mulheres como Vilma Reis. Por isso, sou quem sou. Devo tudo a elas”, declarou a jovem, após cantar a música “Guia Olodum”, do grupo afro-carnavalesco Olodum. Entoou: “na minha caminhada aprendi a dividir e repartir o pão, fiz da canção morada, onde a força da palavra fez revolução / Hoje a poesia chora presa na gaiola da incompreensão, hoje a poesia chora presa na gaiola e pede compaixão / Alguém que possa me tirar/livrar do mal dessa agonia dessa falsa abolição / afro Olodum é o nosso guia / Guia da felicidade, por um mundo de paz e de amor, guia contra a opressão, guia pelo guia que alivia a dor, guia pela negra raça, onde não haja distinção de cor / Então, verás um novo amanhecer, será melhor pra mim e pra você o amor virá em forma de canção e a paz do Olodum”.

Sobre os efeitos do racismo, Vanessa Ramos Ferreira disse que “é por isso que devemos eleger Vilma. Além de ser do nosso povo, ela vai fazer por nosso povo. E quando uma mulher diz ‘eu vou’, ela abre uma guerra”. Vanessa, que é adepta do Candomblé, falou que não compreende o racismo contra as religiões de matriz africana, destacando elementos que marcam a beleza do Candomblé. “Nossa religião é tão bonita que a gente abraça a todos; a gente aprende a cuidar dos idosos, dos jovens, da natureza; aprende a respeitar outras religiões”, defendeu e disse: “eu vejo o trabalho de Vilma antes da campanha. Vilma tem história, inclusive aqui, no Sisal. E quando a gente vê uma mulher como Vilma, que conhece e defende a nossa causa, a gente tem que abraçar”, concluiu.


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